*Foto por José Lopes
Conheceram-se numa viagem de comboio e a partir daí percorreram o mesmo trajecto juntos todas as manhãs e fins de tarde. Umas vezes falavam sem parar, riam, sonhavam, gracejavam. Outras vezes percorriam todo o percurso em silêncio, olhos nos olhos, pois estes falavam mais alto do que todas as palavras e assim, no silêncio, se compreendiam como ninguém. Raras vezes se tocavam. Os sentimentos que nutriam eram tão puros, fortes e autênticos que as almas já estavam unidas sem precisarem de mais que as completasse ou demonstrasse o que neles ia. Até que um dia ambos mudaram de comboio. Não houve avisos nem despedidas nem gritos nem lágrimas nem quaisquer questões. Não era necessário. Nenhum deles precisava de fazer notar ao outro que não o havia esquecido, que se lembrava sempre dele ou dela. Como esquecer se faziam parte um do outro? Como esquecer algo que está no nosso interior e que nos completa como ser? Impossível. E sabiam que, na altura certa, se voltariam a encontrar, num outro comboio, num outro trajecto e se olhariam em silêncio, sorririam e sentiriam que há viagens que não precisam ser marcadas...
5 comentários:
Os comboios são românticos
metáfora de destinos que já estão traçados.
cada x acredito + nisso...
ainda tão carregado de sentimento. Cada vez mais acontece, o descruzar de caminhos.
bemmmmmmmm... essa foi... PROFUNDA... mas gostei... TEM... ALMA...
hum???
a coisa q uma filha faz a um homem... até passa a gostar de abrunhosices! ehehhe
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