domingo, 29 de abril de 2007

A Trip to the (Very) Distant Future




...dou por mim de malas e bagagens nas mãos em frente a uma porta de vidro fosco com um logotipo que não reconheço. Em baixo vejo uma inscrição que tento ler mas não consigo pois o ligeiro movimento para a frente faz a porta abrir... avanço e encontro uma plataforma que se assemelha a de uma estação ferroviária.
Meto a mão no bolso e descubro um cartão de plástico translúcido que parece ter uma fotografia minha em holograma interno que se pode observar de ambas as faces e no topo, ao centro, o mesmo logotipo em tons azul celeste que não consigo descodificar.
Olho em volta... não vejo ninguém por perto... do outro lado da plataforma observo algumas pessoas sentadas num banco, tal com eu, repletas de bagagem.
Oiço um som estridente ao qual se segue uma informação sonora que não consigo entender... estou longe demais... segundos volvidos começo a ouvir um zunido, um deslizar metálico acompanhado de um certo magnetismo que à medida que os segundos passam aumenta de volume e frequência... olho para o meu lado direito e até ao horizonte a única coisa que consigo descortinar é algo que se assemelha a um carril formando uma espécie de linha férrea.
Sou surpreendido... num repente uma sombra toma conta do sol e com ela uma brisa invade-me a face... num repente olho em volta e ao meu lado está agora um comboio, algo estranho, futurista... em tons prateados e com vidros escuros... de imediato a plataforma outrora vazia é invadida por inúmeras pessoas... homens, mulheres e algumas crianças, todas com um ar apressado e igualmente com sacos e malas nas mãos e penduradas ao ombro... oiço um outro som e abrem-se todas as portas do comboio... fico por momentos suspenso, olhando as pessoas que entram e saem apressadamente das diversas portas... fico quase sozinho na plataforma... num impulso quase mecânico e de repetição dos gestos que observei entro também no comboio, passo o cartão num leitor e sento-me num lugar ao fundo da carruagem, à janela como eu gosto... ou penso que gosto...
Acomodo a bagagem e recosto-me na cadeira sem saber muito bem o que me espera ou para onde vou... olho em volta... estão todos muito ocupados, lêem jornais e revistas, falam ao telemóvel... oiço uma campainha que faz anunciar uma voz que afirma imperativa “Senhores passageiros... dentro de 15 segundos iremos partir em direcção ao Aeroporto Internacional da Ota... por favor ocupem os vossos lugares... a viagem demorará 14 minutos... obrigado por viajar com a CFF”.
Recosto-me novamente na cadeira... fecho os olhos e sinto um impulso do comboio a iniciar o seu movimento... abro os olhos... vejo apenas escuridão... olho em volta... estou no meu quarto... são 4 da manhã...

2 comentários:

Expresso Oriente disse...

ok... as drogas eu percebo, o comboio a pilhas também... mas onde está o sexo????
eheheh. bom começo, colega!
falta a foto...

Tuc-Tuc disse...

Acordaste, pq vives na realidade...infelizmente, ha quem continua a sonhar e que teima a não acordar, enquanto não encher os bolsos de meia dúzia de interessados...