quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Esperança...

Foto por: F.Luis

Sentado naquele banco da Gare do Oriente pensava... quando será que chega o meu comboio?! Será que ainda tenho que esperar muito?!... Não posso!... Não consigo!... Preciso de apanhar o comboio... mas a verdade é que o receio de não apanhar o comboio certo era mais que muito...
Então, e atento a todas as informações... esperava... esperava... por vezes quase desesperava, mas logo recuperava a lucidez e acreditava que a hora do seu comboio iria por fim chegar.
A espaços metia conversa com este ou aquele passageiro que saíam e entravam de outros comboios que circulavam em outras linhas... também ele já pensara em diversos momentos mudar de linha... procurar um outro comboio que o levasse a outro destino, mas infelizmente o bilhete era, por ora, demasiado dispendioso e a verdade é que também lhe custava a largar definitivamente os comboios a que estava habituado e que eram a sua paixão... mas neste momento da sua vida... ele estava de peito aberto ao mundo... todas as opções pareciam fazer sentido desde que o fizessem feliz... era mesmo isso... a verdade era apenas essa... ele procurava a FELICIDADE... difícil poderão pensar... mas nem tanto... é difícil ser feliz quando se acha que para ser FELIZ é preciso ter o mundo no bolso... mas para ele a felicidade constrói-se em pequenos gestos... em movimentos inesperados... coisas que se sentem... algumas para as quais nem sequer existem palavras que as definam...Outras vezes eram os passageiros e outros transeuntes que, ao olharem para ele, ali, sentado, à espera... metiam conversa com ele... tentavam saber qual o comboio que estava à espera... alguns deles iam-lhe dando informações adicionais... as quais agradecia mas que, na verdade, não serviam de muito mais do que consolo e alimento de uma esperança que por sua vontade não vai morrer nunca... porque quando a esperança é Amor... e Amor é felicidade... e a felicidade não é algo que se possa deixar simplesmente escoar, escorrendo por entre os dedos como um punhado de areia fina... por isso ali estava... e continuava... aos olhos de alguns, possivelmente a PERDER tempo... aos seus, a absorver cada segundo que a vida tinha para lhe oferecer como um sedento por água sorve as gotas de orvalho de uma folha... e lhe sabem a mel...

1 comentário:

Anónimo disse...

Olha... AMEI! Como amo todas as tuas lições de vida. Sempre simples, sublimes mas que dizem tanto e são tão ricas...
Nunca é uma perda de tempo. De resto... o Helder já dizia:

"AAaaaaah Fêlicidádi! Todus nós querêmo aaaaaaaaaaaaaa Fêlicidadi!"

eheheheh


P.S.: Já tenho net. Estou só a rever o texto para poder fazer a continuação.

E.O.