terça-feira, 20 de abril de 2010

SudExpress e Cabelos de Framboesa (3)

*Fonte: Vogue




Talvez no final da semana consiga entrar no SudExpress. Ir até ao Louvre e dizer à Mona Lisa que pare de se fingir tão puritana, que é uma puta! Que estou farta dela e não sei o que vêem nela! Naquela puta, insípida, cheia de falsos moralismos, mulher-anjo-mistério que finge não querer ser tocada quando olha para o Leonardo cheio de vontade de o foder como uma perdida.
Talvez no final da semana consiga entrar no SudExpress.
No outro dia alguém me disse que somos nós que temos que nos adaptar ao mundo e não o mundo a nós. Não percebo o que quer isso dizer. Porque tenho eu de me adaptar ao mundo? O mundo é tão grande, tão vasto, tão desorganizado, tão confuso, tão cheio de incongruências, tão desequilibrado, tão injusto. O mundo está sempre a mudar de ideias. Como me posso eu estar constantemente a adaptar às suas vontades? Não, não quero. O mundo que se adapte a mim e às minhas vontades. Eu não sigo os caminhos que o mundo quer. Sigo os meus. Apanho os comboios que quero. Uso o meu livre-arbítrio. Não sei qual é o caminho que vou tomar mas sei que não é aquele que o mundo quer!
E talvez no final da semana consiga entrar no SudExpress e sentar-me com um livro na mão nas escadarias do Sacré Coeur.
Vou lavar o cabelo de vermelho-vivo-sangue-paixão.

11 comentários:

Henrik disse...

Lol. Hum...merece uma resposta mas terá que ser amanhã...

Soul, Heart, Mind disse...

hummm... sádico.
;)

Estes três textos são tão diferentes daquilo que costumo escrever que estava à espera de uma crítica. Nem que fosse um "volta para as tuas abrunhosisses, que não tens jeito para isto", como diria o meu desaparecido companheiro de blogue. [inter... para quando a tua ressurreição?]


Mas, ok, fico a aguardar por amanhã, então.

Beijinho de boa noite.

Expresso do Oriente

Henrik disse...

Hum, acabei por responder...

Henrik disse...

Passividade de ser fodida? minha cara, faça favor de assumir então a carruagem que eu cá não me importo de ser fodido.

Soul, Heart, Mind disse...

"a passividade de ser fodida" aqui tem um duplo sentido que vem muito além da sexualidade. Tem a ver com não aceitar que tomem as rédeas da nossa vida, que escolham por nós, etc...

A re-resposta logo te a dou.

Soul, Heart, Mind disse...

errata: que vai (e não que vem)

[pomo-nos a falar de sexo e depois dá nisto]

Henrik disse...

Mas ó A. na cama que interessa quem toma as rédeas se houver respeito? Não somos na cama aquilo que somos no resto do tempo, ou seremos? Se calhar, e por mim falo, até somos, não posso olvidar que a liberdade é tão importante para mim no sexo como no resto da minha vida. Todavia parece-me que no sexo ninguém está a tentar controlar a tua vida, e se estiver então é porque essa pessoa não vale um chavo. Agora que não há nada de mais erótico do que o despudor no sexo, lá isso...

Soul, Heart, Mind disse...

Ó H., quer-me parecer que continuas sem entender a duplicidade de sentidos em "ser-se fodido". Na cama não há, de facto, ou não devem haver, papéis atribuídos. Fode-se e é-se fodido. Há entrega (ou deve haver) de parte a parte. Agora, na vida, "ser-se fodido" é metáfora para "ser-se lixado". E era com essa duplicidade que pretendia jogar. O que na cama é bom, na vida é mau. O branco, o preto e os cinzas.

Quanto ao ser-se na cama aquilo que se é na vida... discordo. Acho que quando despimos as roupas nos despimos de tudo o ue nos controla, é uma libertação total; de modo que na cama somos muito diferentes (ou não, no caso de quem é controlado por questionáveis moralismos) do que somos na vida, extravazamo-nos, deixamos de ser seres ordinários para sermos extraordiários.

Soul, Heart, Mind disse...

A propósito da minha metáfora:

Tive um blogue chamado SexKoz que utilizava metáforas do campo da sexualidade para comentar a actualidade. Acabei por o fechar porque ninguém via para além do sexo.

SudEx disse...

Citando outro post deste blog: "não sei o que se passa com o blogue..."

Realmente, também eu não sei o que se passa, este Comboio que em tempos já foi tão longe, com fotos de autor e conteúdos que não precisavam de bolinha no canto, agora é só fotos de pai incógnito, palavrões a torto-e-direito, e mais parece uma janela de messenger entre duas pessoas apenas...

É com sinceridade que digo, é pena este Comboio ter entrado numa linha de topo... Mas eventualmente tinha de acontecer...

DN

Expresso do Oriente disse...

É assim tão susceptível, caro SudEx?
As fotos estão identificadas.
Quanto a não gostar do que lê, tem esse direito.